“A Igreja caminha com os pés dos padres”, com essas palavras o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, incentivou os padres de todo o Brasil, que participam do 19° Encontro Nacional de Presbíteros, presentes na Santa Missa de abertura, na quinta-feira, 25 de abril, a continuarem caminhando “Alegres na esperança, perseverantes na tribulação, constantes na oração” (Rm 12,12).
Meditando a liturgia da Palavra, própria da Festa de São Marcos, o presidente da CNBB, recordou também que nenhum presbítero deve se sentir sozinho, abandonado ou excluído, mas que todos os presbíteros fazem parte de um corpo, ou seja de uma comunidade, de uma diocese; e que nessa comunidade ou diocese, o presbítero deve encontrar amigos, que como Bom Samaritano acolhem, cuidam e trazem esperança para o irmão.
Na homilia, dom Jaime ressaltou o núcleo da mensagem de Jesus aos discípulos de todos os tempos, retratado no Evangelho de São Marcos (Mc 16,15-20).
“’Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!’: essa é mensagem que também é dirigida para nós ministros ordenados. A atividade missionária dos discípulos constitui uma indicação preciosa. A comunidade de fé deve ter os seus animadores e responsáveis, mas estes nunca serão substitutos do Senhor, que ressuscitado, continua presente onde dois ou três se reúnem em seu nome”.
O arcebispo de Porto Alegre (RS) também abordou o tema do Encontro Nacional dos Presbíteros, pois “somos vocacionados a esperançar, sendo perseverantes na tribulação e firmes na oração”.
“A Igreja caminha com os pés dos padres! Homens profundamente humanos e com identidade, personalidades, dons, virtudes, fragilidades, vulnerabilidades, e inteiramente de Deus! Não divididos, são homens de Igreja e dedicados a missão, portadores da alegria e da esperança, que vem da consciência e da certeza de serem amados e um dia escolhidos pelo Senhor!
Não existe sentido algum em ser cristão sem testemunhar ser feliz por aquilo que somos e ainda mais como ministros do altar interessados, envolvidos pelo destino do mundo, buscando conhecer as raízes de seus problemas, sem esquecer que a misericórdia é expressão de fidelidade ao Senhor. Nossa missão de sacerdote é cooperar para que o outro cresça, fazer crescer é ajudá-lo a modelar o irmão à própria identidade”.
Ao final da homilia, o celebrante alerta que o lugar do presbítero é pouco reconhecido pela sociedade, mas é uma referência segura em tantas situações e realidades para o povo de Deus.
“Podemos reconhecer quanta dedicação, empenho, compromisso, senso de pertença e também de corresponsabilidade! Não faltam tribulações e desafios, são aspectos da vida que requerem entre nós o espírito de comunhão, porque nenhum presbítero pode se sentir sozinho, abandonado ou isolado, de forma alguma! Seja onde estiver, sempre estará em nome de alguém, em sintonia com o presbitério.
As dificuldades são ocasião para o crescimento pessoal, digo que quem não é capaz de assumir as dificuldades da própria condição humana, mas também das realidades onde se encontra, também não cresce, nem humana, nem espiritualmente. Precisamos promover a fraternidade entre os presbíteros, uma fraternidade samaritana, capaz daquele gesto nobre e salvífico de ‘perder tempo e dinheiro’ se necessário em favor do outro que está em dificuldades ou em perigo”.
Neste segundo dia da reunião dos sacerdotes, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, os participantes tiveram reflexões da realidade da Igreja e do clero com dom Joel Portella Amado, bispo de Petrópolis (RJ) e presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB e também do padre José Otácio Oliveira Guedes, do clero arquidiocesano de Niterói (RJ) e assessor do encontro.
O 19º ENP
O 19º Encontro Nacional de Presbíteros é promovido pela Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Comissão Nacional de Presbíteros (CNP).
O encontro, que será realizado até 30 de abril, tem como tema: “Presbíteros: testemunhas da esperança” e o lema: “Alegres na esperança, perseverantes na tribulação, constantes na oração” e conta com uma programação extensa de reflexões, análises da conjuntura eclesial, celebrações, testemunhos, um dia de retiro e outros momentos oracionais, motivando sempre a fraternidade entre os sacerdotes.
Fonte: CNBB