110 anos da Diocese de Cajazeiras (PB)

No dia 6 de fevereiro de 1914, por meio da Bula “Maius Catholicae Religionis Incrementum“, portanto há 110 anos, o Papa São Pio X criou a nossa Diocese de Cajazeiras. Esta Igreja Particular, como sabemos, só foi instalada aos 29 de junho do ano seguinte, 1915, com a Cerimônia de início de Ministério do seu primeiro bispo.

Hoje, com esta Solene Liturgia, abrimos as comemorações dos 110 anos de fundação desta Igreja Local, “penhor da atuante presença da Igreja” neste “sublime torrão” sertanejo. As comemorações se estenderão até 29 de junho de 2025. Celebraremos tão importante acontecimento nas sedes das nossas seis foranias, possibilitando, assim cremos, uma maior participação do Povo de Deus espalhado nas 54 cidades que compõem esta Diocese. Queremos, com o coração agradecido a Deus, viver intensamente também a preparação para o Jubileu da Esperança de 2025, neste ‘Ano da Oração’, em comunhão com o Papa e com toda a Igreja. De fato, somos, todos, “peregrinos da esperança”!

Hoje, como faz bem recordar o empenho da Diocese de Cajazeiras para a implantação dos Círculos Operários, das Escolas Normais, dos Colégios Diocesanos, dos Hospitais Maternidade. Como faz bem ensinar às futuras gerações sobre o trabalho da nossa Igreja diocesana, nestas terras paraibanas, tanto pelo ensino à distância via rádio – os chamados “rádios cativos” – quanto pelas Casas de Recuperação para dependentes químicos, os Abrigos para Idosos, a construção das cisternas de placa, na difícil convivência com o semiárido e a Casa Santa Dulce dos Pobres. Como faz bem saber e lembrar que o trabalho evangelizador desta Diocese, unindo Fé e Vida, sempre soube conciliar o convite à conversão com o favorecimento da dignidade da vida humana.

E tal trabalho continua com as Semanas Missionárias, com as Novas Comunidades, com o Catecumenato para Adultos, com as Escolas da Fé, com as Pastorais da Criança, do Menor, da Terra, da Juventude, da Família, da Pessoa Idosa – entre tantas outras, com os Movimentos, Associações e Grupos, todos dedicados ao anúncio do Evangelho, pela oração e pelo testemunho.

É justo recordar Pe. Rolim, como antecessor, Dom Moisés como pioneiro, Mons. Luís Gualberto como audacioso, Irmã Fernanda como zelosa amante dos pobres, Angelina Barbosa como exemplo de piedade e Dom Zacarias como baluarte dessa História. É reto agradecer ao Mons. Gervásio pela colaboração à Igreja do Brasil, a Dom José González pelo sim missionário e a Dom Francisco de Sales pela valorização e reorganização das instituições que revitalizaram nossa Diocese. Estes representam os muitos homens e mulheres que, com certeza, faltaram nesta lista, mas que com oração e empenho ergueram e sustentaram esta Diocese.

Neste atual Processo Sinodal que vive a Igreja em todo o mundo, a convite do Papa Francisco, após vivenciarmos a dolorosa experiência do enfrentamento da pandemia da Covid-19, nossa Diocese celebra 110 anos de criação anunciando Nosso Senhor Jesus Cristo como a “esperança que não decepciona” (Rm 5,5) e renovando seu compromisso com a ação evangelizadora, em comunhão com a CNBB e com atenção particular aos mais pobres.

Que nos dediquemos, neste Ano da Diocesaneidade, ao cuidado e a defesa do espaço constituído como nosso solo sagrado, lugar do louvor e do serviço a Deus, ao Reino e à humanidade. Que surjam novos Antônios, Matias, Nevinhas, Marias. Que surjam novos projetos, novas paróquias, novas pastorais e novos sacerdotes. Que amemos nossa Diocese como a nossa “terra prometida”. E que Nossa Senhora da Piedade nos acompanhe neste empenho com sua valorosa intercessão.

Viva à Diocese de Cajazeiras. Viva! Viva!

^{Texto: Pe. Janilson Rolim
Foto: Kyioshi Abreu}