Papa: o estilo de Deus é proximidade, compaixão e ternura

Um encorajamento a promover caminhos de inclusão, com o olhar atento aos mais necessitados e fazendo da própria vida um dom. O Papa Francisco discursou nesta sexta-feira, 25, a um grupo de religiosas e leigos associados do Instituto das Discípulas de Jesus Eucarístico. A congregação completará, em outubro próximo, 100 anos de fundação e organizou uma peregrinação ao Vaticano. 

Francisco observou como o Espírito Santo inspirou a ação do venerável bispo fundador, Raffaello Delle Nocche, e das duas jovens mulheres corajosas, Linda Machina e Silvia Di Somma. Na época, a igreja local de Tricarico, na então Lucania e atual Basilicata, sul da Itália, sofria com as provações de séculos de miséria, as cicatrizes da Primeira Guerra Mundial e a pandemia da chamada “gripe espanhola”. “O Espírito enviou àquela terra um bispo apaixonado por Deus e pelo povo, de sólida vida interior e de grande sensibilidade às necessidades das pessoas”.

Não encontrando ajuda na época, o bispo não desanimou e, a convite do Papa Pio XI, Dom Delle Noche fundou um novo instituto para ajudá-lo no serviço aos últimos. E assim nasceram as Irmãs Discípulas de Jesus Eucarístico, que tinham no centro de sua vida a Eucaristia, “sacramento de amor, sinal de unidade, vínculo de caridade”, disse o Papa recordando a definição dada pela constituição Sacrosanctum Concilium, do Concílio Vaticano II.

“Amor, unidade e caridade. O que significa isto? Adorar, servir e reparar, ou seja, encher de ternura. Não esqueçamos que a ternura é um dos traços de Deus: o estilo de Deus é proximidade, compaixão e ternura. Não esqueçamos isso”, pontuou o Papa às religiosas.

Ajoelhar-se diante de Jesus

Preencher com ternura as feridas e os vazios produzidos pelo pecado no homem e na sociedade, começando por ajoelhar-se diante de Jesus na hóstia consagrada e permanecer ali por muito tempo, era o que recomendava o bispo fundador. Segundo o Papa, para os critérios do mundo, essa estratégia de ação parecia absurda. “Mas como sempre, também neste caso o caminho da fé e a oferta de si funcionou!”.

O Papa pontuou, então, que a oração daquelas mulheres corajosas de fato gerou uma força contagiosa, que logo levou a promover obras de redenção material, cultura e espiritual que superaram todas as expectativas. Assim, elas despertaram a fé e o empenho das famílias e comunidades paroquiais, fundaram escolas, reacenderam a devoção e o sentido da própria dignidade em tantas pessoas.

E, hoje, as religiosas ali presentes são testemunhas e continuadoras de tudo isso, sendo presença nos cinco continentes, com centros eucarísticos, escolas, missões e vários serviços desenvolvidos. Também hoje não faltam desafios, ponderou o Papa. Mas ele as encorajou a, partindo da presença junto a Jesus na Eucaristia, aprender a olhar os irmãos através da Hóstia consagrada.

Francisco concluiu o discurso exortando os membros do Instituto a serem sempre “vasos” abertos e espaçosos, prontos para acolher todos, para que cada um possa fazer da própria vida um dom.

Fonte: Canção Nova

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