Esta quarta-feira (9), marca a retomada das Audiências Gerais após a pausa de verão e também o retorno do Papa Francisco de Portugal. Até o último domingo (6), o Pontífice esteve no país por ocasião da 37ª Jornada Mundial da Juventude, ocasião para também encontrar as autoridades e a Igreja local, além de fazer uma breve peregrinação a Fátima.
Como de costume ao voltar de uma viagem apostólica, o Papa procurou compartilhar com os fiéis da Sala Paulo VI a experiência de fé vivida em meio à juventude do mundo inteiro em Lisboa. O evento foi sentido por todos como um presente de Deus, disse Francisco, já que aconteceu após a pandemia, um período que particularmente afetou o comportamento dos jovens. Com esta Jornada Mundial da Juventude, continuou Francisco, “Deus deu um ‘empurrão’ no sentido oposto”, marcando “um novo início da grande peregrinação dos jovens em nome de Jesus”.
A exemplo de Maria, colocar-se a serviço
E não é por acaso que isso aconteceu em Lisboa, recordou o Pontífice, “cidade voltada para o oceano, cidade-símbolo das grandes explorações marítimas”. A JMJ de Lisboa foi um “movimento de corações e passos dos jovens de várias partes do mundo ao encontro de Jesus”, nos caminhos do Evangelho e tomando como modelo a Virgem Maria. No momento mais crítico para ela, “levantou-Se e partiu apressadamente” (Lc 1,39). “Gosto muito de invocar Nossa Senhora neste aspecto: a Nossa Senhora ‘apressada’, que sempre faz as coisas com pressa, nunca nos deixa esperando, porque Ela é a mãe de todos”, disse ainda o Papa.
“Maria, hoje, no terceiro milênio, guia a peregrinação dos jovens no seguimento de Jesus.”
“Como já tinha feito há um século justamente em Portugal, em Fátima, quando se dirigiu a três crianças, confiando-lhes uma mensagem de fé e esperança para a Igreja e para o mundo. Por isso, na JMJ, voltei a Fátima, ao local da aparição, e junto com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: o orgulho, a mentira, a inimizade, a violência. São doenças da alma e o mundo está doente com essas doenças. E renovamos a nossa consagração, a da Europa e a do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Rezei pela paz porque há muitas guerras em todas as partes do mundo, muitas.”
Nem férias e nem turismo, mas encontro com Cristo
Em Lisboa e na região metropolitana que acolheram os eventos oficiais, o Papa Francisco sempre se deparou com multidões de jovens entusiastas e provenientes do mundo inteiro. Dos anos de preparação à JMJ, eles se apresentavam prontos a compartilhar as experiências vividas em âmbito local paroquial e a receber o chamado de Deus, cada um a seu modo:
“Não eram férias, uma viagem turística, nem mesmo um evento espiritual por si só; a JMJ é um encontro com Cristo vivo por meio da Igreja. Os jovens vão ao encontro de Cristo; é verdade que onde há jovens há alegria, há um pouco de tudo isto! A minha visita a Portugal, por ocasião da JMJ, se beneficiou do ambiente festivo desta onda de jovens”, reforçou Francisco.
Outro mundo é possível: quem tem ouvidos, ouça!
O coração do Papa carrega muita gratidão a Deus pelo que foi visto e vivido em Portugal neste início de agosto. Um pensamento especial ele também tem pela Igreja local que, em retribuição ao grande esforço feito para a organização e o acolhimento, deve receber “novas energias para lançar novamente as suas redes com paixão apostólica”. Os jovens em Portugal já dão hoje uma mensagem clara ao mundo:
“Enquanto na Ucrânia e em outros lugares do mundo se combate, e enquanto em certas salas escondidas se planeja a guerra, a JMJ mostrou a todos que outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos tremulam juntas, uma ao lado da outra, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas! A mensagem dos jovens foi clara: será que os ‘grandes da terra’ a ouvirão? É uma parábola para o nosso tempo, e ainda hoje Jesus diz: ‘Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja!’ Esperamos que o mundo inteiro ouça esta Jornada da Juventude e veja esta beleza dos jovens indo adiante.”
Fonte: Andressa Collet - Vatican News