Neste domingo (18), o Papa Francisco voltou a rezar o Angelus no Vaticano. Diante de uma multidão reunida na Praça São Pedro, ele fez algumas reflexões sobre o Evangelho do dia (cf. Mt 9,36-10,8) antes da tradicional oração. Este foi o primeiro compromisso oficial do Santo Padre após receber alta hospitalar na última sexta-feira (16).
Na semana passada, o Pontífice estava internado por conta de uma cirurgia realizada na quarta-feira, 7, e rezou o Angelus de forma privada. Algumas pessoas se reuniram em frente ao Hospital Gemelli, pedindo a Deus a recuperação da saúde de Francisco. Sua recuperação se deu regularmente ao longo dos nove dias de internação.
Depois de aparecer na janela do apartamento vaticano e saudar os presentes, Francisco agradeceu pelas orações durante seu período hospitalizado. “Essa proximidade para mim tem sido de grande ajuda e conforto”, expressou, agradecendo “de coração” a todos.
Deus se faz próximo
Refletindo sobre o Evangelho deste domingo, o Papa destaca o momento em que Jesus pede para os discípulos anunciarem: “o Reino dos Céus está próximo” (cf. Mt 10, 7). Esta passagem expressa uma verdade fundamental: Deus se aproxima de seus filhos e “vem em meio a nós”.
“Ele o conhece e o ama; quer segurar a sua mão, (…) mesmo quando você cai e tem dificuldade para se levantar e retomar o caminho.”
O Santo Padre enfatiza, Deus não é distante, mas é Pai. Portanto, seus filhos, na terra, não devem perder a confiança. Mesmo na dificuldade, Deus não deixa ninguém sozinho. São nos momentos de maior fraqueza, diante dos grandes obstáculos, ao passar por caminhos íngremes e irregulares, em que mais se sente a presença de Deus ao lado.
Alegria de ser como o Pai e anunciá-Lo
Tomando a imagem de uma criança caminhando de mãos dadas com seu pai, Francisco explica que, apesar do mundo ser “grande e misterioso”, ela nada teme porque sabe que está segura. Assim, conhece outras pessoas, aprende coisas novas, cresce o desejo de se tornar grande e fazer coisas assim como o pai.
“Estando perto de Deus, superamos o medo, nos abrimos para o amor, crescemos no bem e sentimos a necessidade e a alegria de anunciar”.
A partir deste desejo de anunciar o Pai, o Pontífice indica a necessidade de “sentar no colo de Deus” e olhar para o mundo com confiança e amor, a fim de testemunhar que Deus é Pai. Um testemunho que, segundo o Evangelho, não precisa de muitas palavras, mas de gestos concretos de amor e de esperança. “ Esse é o coração do anúncio: testemunho gratuito, serviço”.
Finalizando o seu discurso antes de recitar o Angelus, o Papa convida todos a se perguntarem: “Nós, que acreditamos no Deus próximo, confiamos Nele? Sabemos olhar para frente com confiança, como uma criança que sabe que está sendo carregada pelo pai? Sabemos como nos sentar no colo do Pai com a oração, com a escuta da Palavra, aproximando-nos dos Sacramentos? Perto Dele, sabemos como incutir coragem nos outros, nos aproximar daqueles que sofrem e estão sozinhos, daqueles que estão longe e até mesmo daqueles que são hostis a nós?”
Porque, segundo Francisco, “essa é a concretude da fé, é isso que conta”.
Fonte: Canção Nova Notícias