Em resposta ao aumento da miséria, que explodiu nos últimos anos muito por consequência da pandemia de covid-19, a Arquidiocese da Paraíba – que compreende a Grande João Pessoa, Mata Paraibana e parte do Agreste – reativou a Pastoral da Pessoa em Situação de Rua. A iniciativa tem o objetivo de evangelizar homens, mulheres e crianças, a partir do testemunho da Palavra de Deus, com gestos concretos que promovam a dignidade dessas cidadãs e desses cidadãos.
A medida tomada pela Igreja paraibana, no último domingo (11), acontece em um momento crítico. A Região Nordeste é a segunda do Brasil com o maior número de pessoas vivendo em situação de rua. De acordo com o último levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) são 53.525 indivíduos espalhados por praças, pontes e avenidas tentando sobreviver nessa condição. Em todo o Brasil, essa população ultrapassou os 280 mil em dezembro do ano passado, o maior contingente em uma década.
Uma das ações da Pastoral da Pessoa em Situação de Rua é a elaboração de um censo no território da Arquidiocese da Paraíba, em parceria com a Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Cidadania e com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). De acordo com o coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Márcio José, espera-se que com o levantamento local todas as pessoas sejam atendidas de forma igual, com espiritualidade, formação e ações sociais.
“A pastoral é uma ação católica da Igreja no mundo, é um conjunto de atividades pelas quais a Igreja realiza sua missão, que consiste, primeiramente, em continuar a ação de Jesus Cristo na terra. No Brasil e na Paraíba, particularmente, a pastoral não é chamada apenas para dar o alimento mas, sobretudo, a dignidade humana. Ela busca ser presença como Igreja na vida deles”, afirma o padre.
A Pastoral da Pessoa em Situação de Rua é acompanhada pelo coordenador das Pastorais Sociais da Arquidiocese da Paraíba, padre Adriano Soares. O grupo está desenhando um plano de ação, que vai envolver as pastorais das diversas paróquias. O intuito é que haja também parcerias com os poderes públicos para a oferta de cursos profissionalizantes, promoção da educação, saúde e habitação, entre outros tipos de assistências.
“Desejamos que torne visível o testemunhos de vidas transformadas. Queremos dar visibilidade às pessoas que vivem no anonimato, na esperança de que verdadeiras políticas públicas sejam cumpridas. Cuidar e promover a vida será nosso grande caminho missionário”, explica padre Márcio José.
Foto de capa: Pascom Paraíba
