Retiro, celebração penitencial e procissão dos bispos ao Santuário marcam o penúltimo dia da 59ª AG CNBB

Na manhã desta quinta-feira, 1º de setembro, penúltimo dia da 59ª Assembleia Geral da CNBB, os bispos dedicaram-se à oração. Orientados pelo bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA), dom Armando Bucciol, os bispos dedicaram o tempo para fazer um retiro. O tema escolhido pelo pregador foi: “Discernimento: sentido, método, meios”.

O retiro iniciou com a oração das laudes. Em seguida, em aproximadamente 45 minutos, dom Bucciol realizou uma conferência sobre o tema proposto. O bispo discorreu sobre os três pontos essenciais do discernimento: sentido, método e meios.

Dom Bucciol recordou que o discernimento é algo que faz parte da vida cristã, especialmente para os bispos. “A cada dia, precisamos tomar decisões; nas escolhas pessoais e do ministério”, disse o bispo. Além disso, dois eventos importantes da Igreja tornam a reflexão sobre o discernimento ainda mais importantes: “A celebração do Sínodo, tempo de graça e de intenso discernimento por parte de todos os membros da nossa Igreja, e o Ano Vocacional (2023), “Vocação: Graça e Missão”, com as três palavras-chave: despertar, discernir, cultivar”.

Ao falar sobre o sentido do discernimento, o pregador recordou que é algo que não diz respeito somente à escolha vocacional ou à vida eclesial: “É algo muito abrangente e exigente. É necessário discernimento em todas as escolhas da vida: social, política, cultural, relacional.

Manhã de retiro durante a 59ª AG CNBB. | Foto: Adielson Agrelos – Ascom 59ª AG CNBB

Todos os dias, experimentamos divergências, conflitos, às vezes divisões e contraposições. O discernimento consiste nessa capacidade de analisar o que acontece, e avaliar seu sentido; para quem segue Jesus, à luz do seu ensinamento”, disse dom Bucciol.

O bispo conclui a reflexão recordando que nas Assembleias Gerais da CNBB os bispos são chamados a fazer discernimento eclesial, e afirmou viver com intensa emoção essa experiência ao ver os irmãos de tantos lugares e culturas diferentes discernindo e tomando decisões comuns, segundo o Espírito Santo.

“Peço a luz do Alto para que, nesse espírito e com disponibilidade interior, sabedoria e o dom do conselho – discernimento, vivamos esse tempo estreitando o diálogo e a comunhão eclesial, como nos pede o Sínodo. Com sábio e corajoso discernimento, possamos escutar e acolher o que o Espírito diz à Igreja toda, a nossa Assembleia Geral e as nossas Igrejas Particulares”, finalizou dom Bucciol.

Celebração Penitencial e Procissão para o Santuário

Os bispos fazem a experiência da confissão sacramental uns com os outros. | Foto: Adielson Agrelos – Ascom 59ª AG CNBB

Após a conferência, aconteceu a celebração Penitencial, que foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Antônio Fernando Saburido.

Nela, houve um momento de exame de consciência e um espaço para a confissão sacramental. No mesmo ambiente do plenário, os bispos que desejaram, fizeram a confissão uns com os outros.

Ao concluir a celebração, os bispos preparam-se para seguir em procissão até o Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Como romeiros, em procissão, conduzidos pelos missionários redentoristas, eles carregaram o andor de Nossa Senhora Aparecida, enquanto cantavam e rezavam à Maria. Chegando no Santuário, eles passaram visitar a imagem oficial de Nossa Senhora Aparecida e então, seguiram para sacristia para preparar-se para a Missa. A celebração Eucarística foi presidida por dom Armando Bucciol, ladeado pelos bispos eméritos presentes na Assembleia.

Dom do discernimento

O arcebispo de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Moreira, contou que o retiro é um momento muito esperado pelo episcopado em todas as Assembleias. “É um dia em que paramos só para rezar e meditar. É um dia de silencio e celebração mais intensa.

Nessa assembleia, dom Armando nos fez refletir sobre o dom do discernimento, recordando que é a capacidade de discernir diante de problemas, de medidas que os bispos precisam tomar e não podem ser tomadas apenas por motivos racionais, mas precisa se inspirar em Deus, no Espírito Santo, pois é ele quem dá o dom do discernimento”, afirmou dom Gil.

Dom Gil destacou, também, que a homilia foi um complemento do retiro. “Dom Bucciol nos falou sobre o lançar as redes em nome do Senhor. São Pedro tinha a técnica para pescar e uma técnica que, humanamente falando, Jesus não tinha, mas ele acreditou mais na palavra de Cristo do que na sua técnica, do que em qualquer outra coisa que pudesse ajudá-lo a fazer uma pesca grandiosa”, disse o arcebispo.

Para o bispo de Joaçaba (SC), dom Mário Marquez, o retiro é um momento especial e um ponto alto da Assembleia. “O tema do discernimento veio ao encontro de algo que eu sempre reflito e digo aos crismandos em minha diocese, mas eu nunca tinha parado para pensar e meditar, como fiz hoje. Depois, o momento penitencial foi uma oportunidade de fazer uma boa confissão, revendo a vida e a caminhada. A procissão também foi muito significativa, pois senti-me como um devoto de Nossa Senhora, vivendo como os devotos vivem a vinda à Casa da Mãe Aparecida”, disse dom Marquez.

Fonte: CNBB

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