A 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que acontece em Aparecida, de 28 de agosto a 2 de setembro, conta com um número de 54 mulheres atuando nos mais variados serviços que integram a estrutura do evento.
O trabalho da gerente do Centro de Eventos do Santuário Nacional, Aline Costa (foto acima), começou ainda em outubro de 2021 quando fez a primeira reunião com o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, em preparação ao evento. Formada em turismo e hotelaria, com especialização em Marketing, ela é responsável pela organização do espaço para receber o episcopado brasileiro e tem a tarefa de coordenar o trabalho de uma equipe composta por 60 pessoas, entre as quais 36 mulheres.
“É muito gratificante saber que todo esforço que fazemos tem um significado muito importante. Saber que aqui neste espaço os pastores da Igreja do Brasil estão reunidos, na casa da Mãe para os próximos passos para o futuro da Igreja”, disse.
Um grupo de 5 assessoras das diferentes comissões da Conferência está participando da assembleia à frente de diferentes serviços. Uma delas é a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária da CNBB, irmã Sandra Regina Amado.
Na assembleia ela integra a equipe de acolhida dos bispos. A religiosa destaca como de vital importância a participação das mulheres no evento. “A partir do nosso ser peculiar, em rede e em escuta, podemos dar uma colaboração imensa a todos os trabalhos da Assembleia. Os bispos costumam dialogar conosco antes e durante a Assembleia e com certeza esse diálogo fará a diferença na hora da decisão deles”, assegura.
A jornalista, assessora de comunicação e assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, Manuela Castro, se diz honrada em atuar em espaços que são tradicionalmente ocupados por homens na Igreja.
“Vemos crescer a cada dia o protagonismo das mulheres na Igreja, em sintonia com o pedido e os exemplos do Papa Francisco, que tem oferecido cargos de chefia às mulheres no Vaticano”, disse. Ela lembra que, inclusive, o Brasil conta com uma mulher na sala de imprensa na Cúria Romana.
Teologia da mulher na Igreja
A presidente da Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira, (foto ao lado), participa da 59ª AG CNBB como convidada do organismo que representa. Em alusão ao pensamento de Francisco, falou da importância de aprofundar uma teologia da mulher na Igreja.
De acordo com ela, a Igreja sem as mulheres na base não existiria, mas nos processos decisórios elas ainda contam com pouco espaço. “Ao se referir a questão do feminino na Igreja, o Papa Francisco tem afirmado que a Igreja não é ‘o’ Igreja mas ‘a’ Igreja e precisamos entender o que é que ele quer dizer com isso”, disse.
A assessora da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia (CEA) e coordenadora da secretaria técnica da 59ª Assembleia da CNBB, irmã Maria Irene Lopes, destaca:
“Temos um grupo de mulheres prestando serviço à Igreja do Brasil aqui na casa da Padroeira do Brasil, enquanto estão sendo discutidos temas de relevância. Nosso agradecimento por estarmos fazendo parte deste momento, pela celebração dos 70 anos e pelas reflexões que estão sendo produzidos nestes dias”, conta.
O bispo da diocese de Chapecó (SC) e presidente da Comissão Missionária da CNBB, dom Odelir José Magri, observa que a presença das mulheres na organização da CNBB, e com o pontificado de Francisco, valoriza ainda mais a caminhada que a Igreja do Brasil vem fazendo de valorizar o papel da mulher.
“Na Comissão Missionária temos como assessores um padre e uma religiosa. Quando Francisco abre as portas na organização do Vaticano, confirmamos como a presença, a palavra, a visão e a sensibilidade da mulher é uma riqueza”, disse.
O bispo da diocese de Guajará-Mirim (RO), dom Benedito Araújo, observa que as mulheres ocupam papel de importância em âmbito organizacional em espaços eclesiais mas defende que ainda é necessário avançar para uma maior participação no espaços decisórios na Igreja. “Com Papa Francisco podemos sonhar mudanças para o futuro”, disse.
Fonte: CNBB