A Arquidiocese de Maceió lançou, no último sábado (5), a Campanha da Fraternidade (CF) 2022, abrindo uma série de debates sobre o tema “Fraternidade e Educação”. O evento reuniu membros da Igreja e atores da sociedade civil na Paróquia Universitária de Santa Terezinha, no bairro do Farol, próximo ao centro da capital alagoana.
O administrador paroquial e coordenador de campanhas da arquidiocese, padre Elison Silva, destacou o objetivo da CF deste ano, que impulsionada pelo Pacto Global pela Educação, propõe caminhos para uma “educação mais humana e solidária”. Ainda segundo o sacerdote, a campanha traz para a reflexão a necessidade de uma educação que “enxergue a pessoa em sua totalidade e dialogue com o mundo.
Representando o arcebispo metropolitano, dom Antônio Muniz, o vigário-geral, monsenhor José Augusto, chamou a atenção para a terceirização da educação.
“O Estado não pode ser o único agente e nem o único a tomar decisões. Os atores precisam ser diversificados, e o primeiro que precisa resgatar o seu lugar é a família. Estão terceirizando a educação, a família entrega essa tarefa e isso jamais criará uma educação de verdade. Os valores como o diálogo, a experiência do perdão, a justiça e o olhar para o outro como irmão serão comprometidos”, disse o monsenhor.
Toda essa experiência que propõe a CF 2022 foi materializada com o testemunho da professora de educação popular Maria das Graças. O docente ensina crianças, jovens e adultos em um assentamento na cidade de Flexeiras (AL). A educadora tem sua formação também pela Igreja e, segundo ela, isso a fez olhar a diversidade dentro da sala de aula.
“Nunca olhei particularidades, sempre entrei tendo a visão do amor, da educação e da dedicação pelo ser humano. Quando eu comecei, pensei que ia cair por ver tanto sofrimento. Veio o desafio de como buscar ser educadora de uma comunidade que não tem o que vestir, comer e calçar”, declarou.
Com orgulho, a professora fez questão de contar que tem ex-alunos que hoje estão na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
“Um aluno que mora em um barraco não tem um caráter menor do que aquele que mora em um palácio. Eu respeito o humano que está na sala de aula. E isso se dá a partir do momento que eu tenho a convicção que preciso me transformar para transformar alguém. Surge a experiência do amor. É com esse sentimento de escutar e se colocar no outro que me faço educadora”, pontuou Maria das Graças.
Com informações e fotos da Pascom Maceió