A Igreja no Brasil possui 278 circunscrições eclesiásticas, ou seja, territórios ou “Igrejas Particulares” confiada aos cuidados de um bispo. A circunscrição eclesiástica pode ser uma prelazia, uma diocese, arquidiocese, eparquia ou exarcado para fiéis de ritos específicos, e também circunscrições que não tem uma limitação territorial, como a administração apostólica pessoal.
De acordo com as informações sistematizadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as circunscrições eclesiásticas estão divididas assim: 217 são dioceses, 45 arquidioceses, 8 prelazias, 3 eparquias, 1 exarcado, 1 rito próprio, 1 ordinariado militar, 1 administração apostólica pessoal e 1 arquieparquia. Cada uma delas conta com um bispo eleito pelo Papa para administrar o governo pastoral.
Esse levantamento mostra também que, até esta quinta-feira, 29 de julho, nove dioceses brasileiras estão vacantes, ou seja, sem o bispo titular à frente do governo. Uma delas é a Diocese de Penedo (AL), no território da CNBB NE2.
Renúncia, transferência, falecimento ou perda de ofício são alguns dos motivos que podem tornar uma sede vacante, expressão oriunda do latim que significa trono vazio e que é usada pela Igreja para dizer que uma Sede Episcopal está sem o seu ocupante no governo pastoral.
Neste período, a Igreja Particular fica aos cuidados de um administrador diocesano, eleito pelo Colégio de Consultores, que pode desempenhar algumas funções limitadas pelo Código de Direito Canônico; ou por um administrador apostólico, um bispo nomeado pelo papa.
Confira no quadro abaixo as 9 dioceses vacantes:
- Arquidiocese de Cascavel (PR): vacante desde 11 de março de 2021. Administrador diocesano: padre Reginei José Modolo
- Diocese de Crato (CE): vacante desde 02 de junho de 2021. Administrador diocesano: padre José Vicente Pinto de Alencar da Silva
- Diocese de Alagoinhas (BA): vacante desde 13 de janeiro de 2021. Administrador diocesano: padre Antônio Ederaldo de Santana
- Diocese de Colatina (ES): vacante desde 13 de janeiro de 2021. Administrador diocesano: padre Antônio Wilson Almança
- Diocese de Iguatu (CE): vacante desde 24 de fevereiro de 2021. Administrador diocesano: João Batista Moreira Gonçalves
- Prelazia de Tefé (AM): vacante a partir de 22 de agosto de 2021. Administrador diocesano será escolhido dia 25 de agosto.
- Diocese de Penedo (AL): Vacante desde 16 de junho de 2020. Administrador diocesano: padre Daniel do Nascimento Santos.
- Diocese de Rondonopolis-Guiratinga (MT): vacante desde 28 de março de 2021. Administrador: padre José Eder Ribeiro Lima
- Diocese de São Carlos (SP): vacante desde 21 de outubro de 2020. Administrador diocesano: dom Eduardo Malaspina.
De acordo com o professor Fernando Altemeyer Junior, do Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que realiza há mais de 20 anos um trabalho de atualização de estatísticas e nomes do episcopado brasileiro, das 278 circunscrições eclesiásticas, a mais nova é a diocese de Xingu-Altamira (PA), erigida em 2019. Já mais antiga é a arquidiocese de São Salvador da Bahia, erigida em 25 fevereiro 1551. A Sé Primacial da Igreja no Brasil completou, em 2021, 470 anos de criação.
História das arquidioceses e dioceses brasileiras
Criada pela Bula “Super specula militantis ecclesiae”, do Papa Júlio III, a arquidiocese de São Salvador da Bahia foi a primeira do país, por isso possui o título de Primaz do Brasil, além de uma importância religiosa e histórica imensurável. Em virtude da pandemia da covid-19, a celebração desta data precisou ser adiada e, com júbilo, será realizada em 6 de agosto, solenidade do Titular da Catedral Basílica e da Arquidiocese de Salvador, o Santíssimo Sacramento, às 17h. A Missa Solene será presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, cardeal Sergio da Rocha.
A pesquisa do professor Fernando Altemeyer aponta ainda que São Paulo é a maior arquidiocese do país, com 5 milhões de católicos, na frente de Rio de Janeiro (3,5 milhões) e Olinda e Recife (3,3 milhões). Segundo ele, no mundo, São Paulo perde em número de católicos para a cidade do México (5,1 milhões) e para Guadalajara (5,6 milhões).