O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou, na última quinta-feira, 17, a criação de um grupo de trabalho que irá refletir sobre as expressões carismáticas na Igreja no Brasil. A proposta foi apresentada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato.
Composto por bispos e representantes da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), da Renovação Carismática Católica e do Serviço Internacional de Comunhão Charis, o GT vai retomar as reflexões já realizadas pela Conferência Episcopal sobre a atuação e identidade dos grupos ligados à RCC, movimentos eclesiais e novas comunidades.
A ideia surgiu partir do contato do bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira de Melo; do secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado; do bispo de Paranavaí (PR), dom Mário Spaki, referencial para o Serviço de Comunhão Charis no Brasil; e do bispo auxiliar de Brasília, dom José Aparecido Gonçalves Almeida.
Desde a década de 1990 a CNBB tem estudado e oferecido orientações relacionadas ao carisma pentecostal católico, como a publicação do documento 53 “Orientações pastorais sobre a Renovação Carismática Católica”, a realização de seminários sobre novas comunidades e a elaboração do subsídio “Associações de fiéis, movimentos eclesiais e novas comunidades” para a 55º Assembleia Geral.
Segundo dom Giovane, na realidade das expressões carismáticas, há frutos e conflitos, como a questão da identidade e alguns grupos com “tendências fundamentalistas bastante fortes”. Outra preocupação é a relação com a Igreja local. Desses grupos, recordou o bispo, nasceram ministérios, serviços e novas comunidades, cujas expressões “têm uma forte presença nos meios de comunicação social e forte influência na forma de pensar de uma grande parte dos fiéis católicos”. Assim, “diante da extensão do tema e da necessidade de continuar o diálogo, estamos propondo, retomando todo o caminho que foi percorrido pela Conferência”, destacou.
A proposta foi bem acolhida pelos bispos, como uma graça para a Igreja em vista da comunhão. De acordo com o dom Joel Portella Amado, a organização do GT poderá se tornar uma referência ao Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida para aprofundar o tema.
Farão parte do GT os seguintes bispos: dom José Aparecido, referencial para a RCC; dom Mário Spaki, referencial para o Charis; e dom Roberto Ferrería Paz, referencial para as Novas Comunidades. Também atuarão no grupo representantes da CRB, da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, do Charis e da RCC. A equipe, que estará ligada à Comissão Episcopal para a o Laicato, também contará com a colaboração de assessores de outras comissões, como a dos Ministérios Ordenados e a Vida Consagrrada, Vida e Família e Juventude.
Fonte: CNBB e Foto: RCC Brasil/Divulgação