Em 2021, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai continuar na implantação das atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil, acelerar o processo de animação bíblica da vida e da Pastoral e manter o mote do cuidado como perspectiva pastoral. É o que informa em entrevista o bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.
“No próximo ano, vamos acelerar um processo que já vem caminhando há alguns anos e preparar o terreno para que o mesmo processo continue, pois a relação da vida e da pastoral com a Palavra de Deus não é uma questão de momento, mas do dia a dia de toda pessoa de fé”, afirma.
O planejamento geral para as ações da Conferência Episcopal em 2021, segundo dom Joel, “consiste em prosseguir na implantação das Diretrizes Gerais”. Os detalhes, segundo ele, ficam por conta das Comissões Episcopais de Pastoral, que aplicam em cada realidade à qual estão relacionadas iniciativas concretas à luz das DGAE 2019-2023.
Num contexto em que a pandemia inviabilizou reuniões, encontros e a própria Assembleia Geral da CNBB, novas possibilidades surgiram. O mundo virtual torna-se agora ambiente e ferramenta a ser ainda mais aproveitado. “Ao longo de 2020, tivemos um grande aprendizado. Evoluímos muito e creio que ainda vamos amadurecer mais”, projeta dom Joel, que pede: “reze por mim”.
Dentro das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), o que a CNBB pretende destacar na sua ação pastoral no próximo ano?
Desde 2020, a CNBB tem procurado auxiliar na implantação das comunidades eclesiais missionárias, a partir dos pilares. Lembro que as atuais Diretrizes só possuem uma única prioridade, que são as comunidades eclesiais missionárias. Os pilares são os caminhos para a implantação e a sustentação das mesmas.
O primeiro pilar escolhido foi o da Palavra de Deus: Igreja Casa da Palavra. Há uma equipe que está refletindo sobre o tema, preparando um texto a ser estudado na 58ª AGO, em abril de 2021. Ao longo da preparação do texto, a equipe percebeu que não se trata apenas de estimular temporariamente o contato com a Palavra de Deus, fazendo surgir outras preocupações ao final da vigência das atuais Diretrizes. Ao contrário, trata-se de iniciar um processo mais amplo, que marque a Igreja no Brasil, levando os católicos a se aproximarem ainda mais da Palavra de Deus. É claro que os católicos não estão afastados da Palavra de Deus, mas sempre se pode avançar mais.
Dessa preocupação decorre o que se convencionou chamar de Animação Bíblica da Pastoral. Em alguns texto, também se lê Animação Bíblica da Vida e da Pastoral. Na verdade, estamos falando do mesmo tema: a Palavra de Deus na vida de pessoas, grupos, comunidades e na sociedade. Certamente, não se vai fazer a Animação Bíblica apenas em 2021. No próximo ano, vamos acelerar um processo que já vem caminhando há alguns anos e preparar o terreno para que o mesmo processo continue, pois a relação da vida e da pastoral com a Palavra de Deus não é uma questão de momento, mas do dia a dia de toda pessoa de fé.
O cuidado foi o grande mote da CNBB em 2020. O que teremos como proposta em 2021?
Fica o mote: cuidar. De acordo com o que a realidade nos apresenta, vamos inserindo os detalhes: cuidar da vida, cuidar dos que têm fome, cuidar dos solitários, cuidar de Moçambique, como estamos fazendo agora no final do ano civil.
Cuidar é uma referência contínua para os cristãos. Não podemos voltar nosso coração a Jesus se não O conseguimos encontrar nos irmãos e irmãs que sofrem e também no cuidado pela Casa Comum.
Nesse sentido, a Ação Emergencial É tempo de cuidar adquire uma grande importância. Ela é a integração de diversas forças evangelizadoras e caritativas, tanto especificamente católicas quanto não católicas, mas sensíveis ao sofrimento. Ela é o registro do que tem sido feito, não, é claro, para a vanglória de quem faz, mas para o estímulo de quem não faz.
Quais atividades devem ter continuidade no ano que vem?
Além do que eu já mencionei nas perguntas acima, com certeza, vamos continuar aprendendo e colocando em prática as ações no mundo virtual. Elas não substituem o presencial, que é indispensável. Mas elas o complementam, ajudam no presencial. Por isso, acredito que continuaremos com lives, videoconferências, webinares e tudo mais que o mundo virtual permite fazer. Ao longo de 2020, tivemos um grande aprendizado. Evoluímos muito e creio que ainda vamos amadurecer mais.
Algo que queira acrescentar?
Reze por mim.
Fonte: CNBB