Na solenidade de Pentecostes, no último domingo, dia 31 de maio, o Papa Francisco divulgou sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, celebrado em 18 de outubro de 2020. A mensagem é inspirada na passagem de Isaías “Eis-me aqui, envia-me”, (Is 6, 8). As Pontifícias Obras Missionárias (POM) traduziram o texto ao português do Brasil. O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odelir José Magri, bispo de Chapecó (SC) e o diretor geral das POM, padre Maurício Jardim falaram ao portal da CNBB sobre os pontos centrais da mensagem. Conheça, abaixo, o que cada um afirmou:
Dom Odelir José Magri, bispo de Chapecó (SC) e presidente da Comissão para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB
“Acabamos de receber a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões de 2020 que tem como lema, em referência à missão do profeta Isaías, “Eis me, aqui!”. O que destaco de marcante, ou importante, desta mensagem. Primeiro, é dizer que o Santo Padre inicia a sua mensagem situando este momento particular que estamos vivendo, de tribulações e desafios causados pela pandemia do novo Coronavírus. Em referência ao chamado à missão, o Papa afirma, em sua mensagem, que parte do coração de Deus e se concretiza e se situa nas realidades concretas que vamos vivendo. Por isto, interpela a Igreja e interpela também a humanidade na sua crise atual. Por isto, diante da pergunta ‘Quem enviarei?’ este é um chamado sempre atual e confirma o caminho missionário da Igreja sempre iluminado pela palavra de Deus. Este ano, à luz da vocação do profeta Isaías: “Eis me aqui, envia-me!”. E esta realidade que estamos vivendo no mundo, a exemplo dos discípulos, fomos surpreendidos por uma tempestade. Ela mostrou, de um lado, nossas inseguranças e fragilidades. Nos encontramos desorientados. Estamos vivendo uma experiência nova, mas todos chamados a remar juntos. Todos estamos carecidos de mútuo encorajamento que nos aponta que não podemos caminhar cada um por conta própria. Só o conseguiremos juntos. Portanto, esses são os apelos bonitos feitos a todos. E, neste contexto, a missão não é simplesmente um programa, mas um convite a sair de si mesmo. A missão é um convite a sair de si mesmo por amor a Deus e ao próximo e abrir-se à oportunidade da partilha e intercessão. Com esse apelo bonito, a missão que Deus confia a cada de nós nos faz passar do eu medroso e fechado ao eu convicto e resoluto. Tudo isto, à luz do sacrifício da cruz onde se realiza a missão de Jesus. Deixo uma pergunta a todos como servir a Deus no hoje da Igreja e da história? Responder à esta pergunta é responder aos desafios da missão hoje. A missão é resposta livre e consciente ao chamado de Deus. Diante da doença, do medo, do isolamento, de que está sozinho e abandonado. O convite à missão hoje é um convite a sermos solidários”.
Padre Maurício Jardim, diretor das Pontifícias Obras Missionárias no Brasil
“A mensagem do Papa Francisco para próximo Dia Mundial das Missões, em outubro, é marcada pelos desafios causados pela pandemia do Covid-19. Ressalta o papa que estamos no mesmo barco das fragilidades, doenças, medos, isolamentos, desempregos e inseguranças. É neste contexto que ouvimos o apelo missionário de sairmos de nós mesmos, quebrando os espelhos do nosso ego e olhando mais para as janelas que despertam a possibilidade de serviço e proximidade com os mais vulneráveis. A missão é, antes de tudo, movimento permanente do amor de Deus que foi derramado em nossos corações e que fez de nossas vidas uma missão que não se reduz a uma dimensão ou algumas horas do dia. A própria vida é missão, dom que de graça recebemos e colocamos à disposição dos mais necessitados como fez o profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me”.
Conheça a íntegra da mensagem traduzida ao português do Brasil aqui: www.pom.org.br.