Lava-pés no presídio marca celebração da Quinta-feira Santa na Arquidiocese

O Tríduo Pascal da Arquidiocese de Olinda e Recife teve início nesta Quinta-feira Santa, 29/03. De manhã, na Sé de Olinda, o arcebispo dom Fernando Saburido presidiu a Missa do Crisma ou dos Santos Óleos, com todo o Clero arquidiocesano. Nesta missa, o arcebispo consagrou o óleo do sacramento da Crisma e abençoou os óleos do Batismo e o da Unção dos Enfermos, que serão ministrados nos sacramentos (Crisma, Batismo e Unção dos Enfermos) em todas as 129 paróquias arquidiocesanas.

 

Também nesta celebração os sacerdotes renovaram seus votos e as promessas sacerdotais diante do arcebispo. A Quinta-feira Santa revive o momento em que Jesus Cristo instituiu a eucaristia e o sacerdócio ministerial. Dom Fernando confirmou o seu sentimento: “Queremos expressar nossa unidade e fraternidade com os irmãos do nosso presbitério, ausentes, sobretudo por conta de enfermidade”. No dia do padre, o arcebispo metropolitano também estendeu a sua solidariedade com os irmãos da Prelazia do Xingu, na região amazônica, que conforme nota oficial assinada pelo bispo diocesano dom JoãoMuniz Alves, OFM e dom Erwin Krautler, bispo emérito, manifesta apoio ao padre José Amaro Lopes de Souza, injustamente preso no dia 27/03. Há anos alvo de ameaças, o padre José Amaro é um incansável defensor da regularização fundiária, da reforma agrária e dos assentamentos de sem-terra e agora é vítima de difamação para deslegitimar todo o seu empenho em prol dos menos favorecidos.

 

Em sua homilia, o metropolita comentou ainda a aliança que Deus fez com todo o povo no monte Sinai (Ex 19): “Nesta Missa celebramos especialmente a instituição do sacramento da ordem e esta leitura nos recorda que antes de sermos diáconos, padres e bispos, todos nós somos batizados e o batismo faz de todos, padres, leigos, um povo sacerdotal”. Dom Fernando concluiu, afirmando que as vocações são referenciais umas às outras e que não existiria bispo, presbítero nem diácono se não houvesse a comunidade de fiéis cristãos. Antes do término da Missa dos Santos Óleos, os presbíteros receberam os kits com os óleos dos catecúmenos, dos enfermos e da Crisma.

 

Para o recém-ordenado padre Charles Araújo, vigário paroquial de Nossa Senhora dos Prazeres, Paulista, um dos sentidos em participar da Missa dos Santos Óleos é a comunhão, a unidade do clero com o povo de Deus. “Os óleos representam a comunhão de oração e de ministérios. Na assembleia, um grupo de coroinhas da paróquia de São José, Abreu e Lima participava e acompanhava atento a Missa. O coroinha Carlos Henrique, de 15 anos, veio com os amigos conhecer o ritual da Missa dos Santos Óleos para compreender melhor os significados dos sacramentos da Igreja.

Missa da Ceia do Senhor e Lava-Pés – À tarde, o arcebispo dom Fernando Saburido e comitiva dirigiram-se para celebrar a Missa da Ceia do Senhor e Lava-Pés no presídio Juiz Luís Lins de Barros (Pjalb), inserido no complexo prisional prof. Aníbal Bruno, no bairro Curado, Recife. Conforme dom Fernando relatou, o presídio foi escolhido para celebrar a Ceia do Senhor em função da campanha da Fraternidade 2018, que convoca toda a Igreja a superar a violência.

A unidade prisional abriga aproximadamente 2.900 detentos e o arcebispo foi acolhido pelo Secretário de Ressocialização de Pernambuco, Cícero Rodrigues, pelo diretor do presídio, Sidnei e pelos agentes da Pastoral Carcerária. Participaram da Missa, na quadra de esportes do presídio, cerca de 200 detentos que espontaneamente desejaram comparecer à celebração.

 

A Missa da Ceia do Senhor, celebração que rememora a instituição do sacramento da Eucaristia, quando, na última ceia, Jesus entrega aos discípulos pão e vinho – seu corpo e seu sangue – e diz que o façam em sua memória. Depois, aconteceu o ritual do Lava-Pés, no qual 12 se apresentaram para que o arcebispo lavasse os seus pés, em referência ao momento em que Jesus ensina a humildade aos discípulos, lavando-lhes os pés. Nessa celebração faz-se ainda o memorial do mandamento do amor: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 15).

 

Em sua homilia, dom Fernando salientou que é a Palavra do Senhor que vai nos libertar, mas cada pessoa deve ter a coragem para dar um passo significativo para mudar e para sentir-se merecedor do amor de Deus. “Vocês nos dão a oportunidade de vivermos verdadeiramente o Evangelho”, ressaltou o metropolita. Antes do final da celebração, o seminarista da Arquidiocese, Humberto, agradeceu a dom Fernando por celebrar a missa no presídio Pjallb e convidou três detentos a entregarem ao arcebispo presentes artesanais confeccionados por eles. O arcebispo, por sua vez, presenteou os doze presidiários que tiveram seus pés lavados com Bíblias Sagradas.

 

 

(Pascom Arquidiocese)

 

 

 

 

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