Na noite de 15 de janeiro, dia de Santo Amaro, milhares de fiéis renovaram a sua fé ao Glorioso Santo Amaro, na 421ª edição da festa no município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. O arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, acompanhou a procissão que partiu da matriz paroquial, seguindo pelas ruas de Jaboatão, acompanhado pelo pároco, o padre Damião Silva. O andor ricamente adornado arrastou uma multidão de fiéis devotos entoando o hino do padroeiro: “Santo Amaro, que és meu Padroeiro, fale aos céus Jaboatão a clamar, faze d’alma da gente um braseiro, mas, de amor, para Deus mais amar!”. Em meio à multidão, era comum encontrar muitas pessoas vestindo a cor branca e de pés descalços. São os símbolos dos pagadores de promessas, pessoas que alcançaram graças pedidas a Santo Amaro e vieram demonstrar a sua gratidão ao santo com fama de obediente e de protetor dos peregrinos. Neste ano, o tema da festa foi “Para Santo Amaro, ser santo é realizar ações ordinárias de forma extraordinária”.
O arcebispo metropolitano foi acolhido pelo pároco padre Damião Silva às 18h, quando partiu a procissão solene. No percurso, muitas residências e famílias inteiras aguardavam a passagem do cortejo, com a casa decorada com imagens e as cores do padroeiro.
A culminância da festa teve lugar com a celebração eucarística presidida por dom Fernando e concelebrada pelo padre Damião Silva, por padres convidados e com o auxílio de diáconos da região. A todo instante, equipes de apoio da paróquia acolhiam na centenária matriz peregrinos e pagadores de promessas que vinham renovar aos pés de Santo Amaro a sua devoção. Em sua homilia, dom Fernando lembrou que a Palavra de Deus fala aos nossos corações, como semente lançada em terreno fértil. O metropolita destacou ainda que a festa de Santo Amaro acontece no início do ano, período propício para reflexões, representando um convite para cada fiel repensar sobre em qual aspecto da sua vida como cristão é possível melhorar. Dom Fernando concluiu a homilia ensinando que a lei de Deus liberta e proporciona vida nova. Após a bênção final, um festival de fogos de artifício e os repiques dos sinos da igreja matriz ecoaram mais alto pelas ruas de Jaboatão, tornando mágica a conclusão da 421ª festa de Santo Amaro.
Santo Amaro foi exemplo de virtude, obediência e abertura à ação do Espírito Santo – Nasceu em Roma e entrou muito cedo para a vida religiosa. Filho espiritual e grande amigo de São Bento, tornou-se um beneditino com apenas 12 anos de idade. Realidades daquele tempo, mas que apontam para uma necessidade dos tempos atuais. Ele foi reconhecido, desde muito cedo, como um exemplo de silêncio e também de correspondência às exigências da vida monacal. Vida de austeridade, de ação e de oração; “ora et labora”. Grande amigo de São Bento, viveu momentos que ficaram registrados. São Gregório foi quem deixou o testemunho de que, certa vez, São Bento, por revelação, soube que um jovem estava para se afogar em um açude. Disse ao então discípulo Amaro que fosse ao encontro daquele jovem. Ele foi. Sem perceber, com tanta obediência, ele caminhou sobre as águas e salvou aquele jovem; depois que ele percebeu que havia acontecido aquele milagre. Retribuíram a ele, mas, claro, ele atribuiu a São Bento, pois só obedeceu.
(Pascom Arquidiocese)