Seguir Jesus à luz da fé | Dom Antônio Fernando Saburido, OSB

Por dom Antônio Fernando Saburido, OSB*

Esse é o tema escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o Mês Vocacional de 2019, que, como sempre, desde 1981, celebramos em agosto. O padre Elias Aparecido da Silva, coordenador nacional da Pastoral Vocacional destaca: “O objetivo principal é animar e reanimar as comunidades, paróquias e dioceses que rezem pelas vocações, de forma especial, incentivando as orações e promovendo as vocações em cada realidade e da sua maneira” (Ver site da CNBB).

Este ano, a temática é “Seguir Jesus a luz da fé” e o lema: “Sei em quem acreditei” (2Tm 2,12).

Cada ano, a CNBB publica subsídios de orações para o mês vocacional. Cada domingo de agosto é dedicado à celebração de uma vocação. No primeiro, próximo à memória de São João Maria Vianney, celebram-se o dia do padre e demais ministérios ordenados. O segundo domingo, junto com a Semana da Família, celebrada em muitas dioceses, se medita e ora sobre o matrimônio. No terceiro domingo, se dedica à vocação para a vida consagrada. Finalmente, no quarto domingo, celebra-se a vocação dos leigos e leigas na Igreja e no mundo. O material e o cartaz já estão disponíveis. Na abertura do mês vocacional, a CNBB também divulgará o texto base do 4º Congresso Vocacional do Brasil que vai acontecer de 5 a 8 de setembro de 2019, em Aparecida (SP).

Sem dúvida, a celebração desse mês vocacional pode ser muito útil à nossa Igreja particular, em Olinda e Recife. Ele vem nos lembrar que não somos cristãos e católicos apenas por costume ou tradição de família. O fundamento de nossa fé é um chamado divino. Recebemos a fé como presente de Deus. O mês vocacional nos convida a revermos até que ponto, no nosso dia a dia, estamos conscientes de que só seremos fiel à nossa vocação humana e cristã se seguimos Jesus à luz da fé.

Outro ponto importante é que como afirmou o Concílio Vaticano II: “Deus quis salvar e santificar as pessoas, não salvando-as isoladamente, sem conexão entre si, mas quis constituí-los em um povo que o conhecesse na verdade e santamente” (Lumen Gentium 9). Somos, então, responsáveis uns pelos outros e especialmente pela juventude. Nossos jovens precisam de nós para ajudá-los a discernir para que Deus os chama e apoiá-los na decisão de serem fieis ao seu chamado. Como seria importante que o clero e todos os irmãos e irmãs nas paróquias e comunidades se sentissem mais profundamente responsáveis pela formação dos seminaristas para os ministérios ordenados e da preparação de jovens, para a vida consagrada e para os ministérios nas diversas pastorais no serviço à humanidade.

Neste ano, em sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que se celebrou em maio, no IV Domingo da Páscoa, o papa Francisco retomou o que tinha partilhado com os jovens, na Jornada Mundial da Juventude no Panamá, em janeiro. Ele refletiu sobre o chamado do Senhor, que nos torna portadores de uma promessa e, ao mesmo tempo, nos pede coragem de arriscar com Ele e por Ele. Portanto, promessa e risco: dois elementos da vocação que o Papa destaca ao contemplar o trecho evangélico da vocação dos primeiros discípulos às margens do Lago da Galileia. É essa promessa de Jesus que nos faz assumir os riscos e viver hoje o caminho do seguimento de Jesus na fé, para testemunhar que Deus tem um projeto para o mundo e nós somos encarregados de realizar esse projeto de paz, justiça e comunhão com toda a criação.

*É arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife

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