“O México e os Estados Unidos estão em uma batalha contra o tempo, em que a xenofobia, que alimenta de maneira acelerada a cultura do ódio no país vizinho, é o principal inimigo a ser superado”. Com estas palavras começa o editorial do Boletim católico da Cidade do México “Desde la fe”, publicado em 11 de agosto.
O comentário refere-se aos casos ocorridos recentemente nos Estados Unidos: “Os tiroteios do último final de semana que mataram pelo menos 29 pessoas e deixaram meia centena de feridos no Texas e em Ohio, mais uma vez clamaram ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump e ao Congresso, para legislar em favor de um maior controle na aquisição de armas por parte dos civis”.
Mas a situação subjacente parece ser outra: “O que a sociedade americana não consegue entender, é que não são somente as armas que provocam essas ações criminosas, mas existe um cenário mais complicado que tem suas raízes na falta de valores, a começar pelo respeito pela vida, e nisso, os bispos daquele país têm sempre indicado o ponto chave”.
“A USCCB (Conferência Episcopal) há muito tempo vem apoiando leis responsáveis em relação às armas e aumentou os recursos para enfrentar as profundas causas da violência. Também pediu ao presidente e ao Congresso que coloquem os interesses políticos de lado e encontrem maneiras para melhor proteger vidas inocentes. Todavia, diante deste pedido, os bispos encontraram ouvidos surdos”, sublinha o texto mexicano.
A notícia hoje é clara: “A Igreja neste país decidiu não esperar mais, e decidiu implementar ações preventivas e lançar uma campanha pastoral para enfrentar as maneiras pelas quais, como instituição, pode ajudar a combater esta doença social, que contaminou a nação”.
A Igreja exortou os católicos a aumentarem a oração e o sacrifício para colocar fim a esses tiroteios, mas sobretudo a levantarem a sua voz em favor das mudanças necessárias na cultura nacional, para que a bandeira do ódio xenófobo deixe de ganhar força e sejam construída uma cultura de humanidade autêntica.